Ministra do ambiente na conferência das Nações Unidas sobre alterações climáticas

06.12.12 | Notícias

Assunção Cristas discursou no plenário da 18.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, que reúne 194 países em Doha, no Qatar, para tentar chegar a um entendimento sobre redução de emissões de gases com efeito de estufa e formas de adaptação às consequências da mudança no clima.

No seu discurso salientou que «Portugal tem hoje uma sensibilidade maior do que tinha no passado» para este tema e aponta exemplos de situações climáticas extremas como a seca do último ano, fenómenos imprevisíveis ocorridos no outono, e a erosão visível no litoral.

«Percebe-se que as alterações climáticas não são algo que não se sinta e que apenas cientistas discutam, é algo que os portugueses sentem no dia-a-dia o que nos dá uma legitimidade acrescida para falarmos de alterações climáticas e da necessidade de ter soluções globais», referiu Assunção Cristas.

E apontou o Relatório do Estado do Ambiente, apresentado na segunda-feira, em Lisboa, para mostrar que «talvez a área em que Portugal está pior [nas alterações climáticas] é no risco da desertificação».

Na sua apresentação a ministra apresentou também soluções como o Roteiro de Baixo Carbono, o Fundo Português de Carbono e «os instrumentos disponíveis para ajudar a desenvolver uma economia mais resiliente às alterações climáticas, mais assente no baixo carbono, capaz de ajudar a mitigar as alterações climáticas, e de se adaptar».

A posição de Portugal, concertada com a União Europeia, frisa a necessidade de que «aquilo que alcançamos, no ano passado, precisa ser executado e devemos ser capazes de sair de Doha com mais um passo no caminho da plataforma de Durban, o que significa ter uma metodologia de trabalho e um calendário para que em 2015 haja um instrumento vinculativo para todos», referiu Assunção Cristas, defendendo «uma maior ambição».

«Precisamos de ter a certeza que todos estamos a caminhar na mesma direção, ainda que a velocidades diferentes», realça a ministra e garante que «Portugal cumprirá a sua meta de Quioto, já trabalha para cumprir objetivos de 2020 de redução de 20% indicada pela UE, está pronto para implementar compromissos desde 01 de janeiro de 2013».