A Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e Ordenamento do Território da Portugal, Assunção Cristas, e o Secretário de Estado do Ambiente e do Ordenamento do Território, Pedro Afonso de Paulo, apresentaram o Roteiro Nacional de Baixo Carbono 2050 (RNBC), em que são definidas trajetórias que podem conduzir a uma redução das emissões de dióxido de carbono (CO2) em pelo menos 50% face a 1990 e a uma redução da mesma ordem na dependência energética do País. Só nesta vertente, o RNBC estima entre 500 a 1 200 milhões de euros a poupança na balança comercial de produtos energéticos.
Assunção Cristas afirmou que o documento vai estar agora "exposto a análise, crítica e melhoramento". Com este "instrumento de apoio à navegação", a Ministra referiu a necessidade de ser feito o trabalho de casa nos vários sectores para um caminho que "é possível, exigente e que implica mudar o paradigma".
A Ministra do Ambiente referiu que a redução da emissão de carbono é „transversal a várias áreas de atividade” e que todos são convocados: „setor público, privado, social e do conhecimento, em geral".
O Secretário de Estado do Ambiente afirmou que „com a apresentação do Roteiro Nacional de Baixo Carbono, Portugal coloca-se na dianteira entre os países-membros da União Europeia, organização esta que soube também ela oportunamente avançar com o roteiro a nível europeu. Portugal conta agora com uma visão do que deve ser o caminho para uma economia e uma sociedade de baixo carbono até 2050”, acrescentou.
A economia de baixo carbono pode ser concretizada mediante um maior desenvolvimento de tecnologias comprovadas que já existem hoje. „Nesta transição, é necessária a contribuição de todos os sectores económicos, incluindo a agricultura, a construção e os transportes”, afirmou o Secretário de Estado.
De acordo com o RNBC, além das poupanças na balança comercial de produtos energéticos, a adopção de uma trajetória de baixo carbono contribui para melhorias ao nível da qualidade do ar permitindo, por conseguinte, uma diminuição do custo do dano associado à redução de emissões acidificantes entre 195 a 240 milhões de euros em 2050. Este aspeto terá igualmente um impacte positivo na saúde.
„Portugal, na esteira da Comissão Europeia, optou por estar na liderança da transição mundial para uma economia de baixo carbono e eficiente na utilização dos recursos. Mas queremos que os demais sectores se juntem neste desafio e que possam desenvolver eles próprios roteiros específicos e/ou em cooperação”, afirmou ainda Pedro Afonso de Paulo.
O Roteiro Nacional de Baixo Carbono - Opções de transição para uma economia competitiva e de baixo carbono em 2050, não se tratando de um plano ou programa, mas antes de um estudo prospetivo das opções possíveis em cenários de baixo carbono, foi liderado pelo ex-CECAC (Comité Executivo da Comissão para as Alterações Climáticas), agora integrado na Agência Portuguesa do Ambiente, com a colaboração da E.Value - Estudos e Projetos em Ambiente e Economia e do Centro para a Investigação do Ambiente e da Sustentabilidade (Cense) da FCT-UNL - que elaboraram o estudo direcionado para o sector da energia, processos industriais e resíduos, bem como da Agroges - Sociedade de Estudos e Projetos que elaborou o estudo dedicado aos sectores da agricultura, floresta e uso do solo.